A piscicultura
requer a utilização dos recursos naturais, desta forma acaba interferindo no
equilíbrio do ecossistema, quando realizada de forma inadequada pode causar grandes
desequilíbrios. Ao mesmo tempo que é uma das mais crescentes fontes de renda do
homem do campo. Conhecer e praticar formas sustentáveis de produção promove a
preservação e conservação do meio ambiente. É uma atividade que deve ser
conduzida de forma planejada, com critérios técnicos e respeitando as
diretrizes legais.
Devemos
considerar que em muitos casos, como o da água, descartar os efluentes sem
tratamento torna-se um vetor de degradação ambiental. Tentativas para melhorar
a biossegurança e sustentabilidade devem ser adotadas sempre como estratégias
de cultivo, recirculação com baixa renovação de água e reaproveitamento de
efluentes são alternativas cientificamente comprovadas de aproveitamento
racional dos recursos naturais em conjunto com a necessidade de se produzir
alimento.
A alimentação
influencia diretamente na viabilidade técnica e econômica do cultivo.
Tecnicamente, a escolha da alimentação adequada, assim como suas proporções
entre natural e artificial devem ser consideradas com estudo prévio. O uso
inadequado de rações para sistemas de produção ou espécies específicas é comum,
sem conhecimento específico, por conta da variedade técnica e econômica dos
produtos disponíveis na indústria. Em muitos momentos estas situações serão
justificadas, de forma equivocada, como produtos de baixa qualidade ou
eficiência.
Muitas leis
ambientais e sanitárias servem para regular a atividade, em todas as suas
etapas relacionadas, e conhecer a legislação vigente evita a degradação da
natureza. É importante a compreensão de que é necessário adequar-se à
legislação vigente para que a atividade seja sustentável.
Muitos
produtores rurais têm interesse em melhorar sua atividade comercial e o
conhecimento técnico não pode ser descartado em função do aumento da lucratividade
nessas ocasiões. O respeito pelas normas de cultivo sustentáveis deve ser prévio
para que a atividade não seja precocemente descartada por conta de possíveis
fatores negativos não considerados.
Procurar
profissionais ou órgãos comprovadamente especializados evita o início de uma
atividade deficiente, sem planejamento e com grande possibilidade de fracasso.
Técnicas e tentativas malsucedidas são frutos de pouca especialização e podem
comprometer a quantidade e a qualidade dos recursos naturais. Considerar com
convicção que qualquer piscicultura não pode criar nenhum prejuízo ao meio
ambiente mostra uma falta de informações sobre os fatores negativos da
atividade.
Paulo Roberto Pitanga Tavares
Engenheiro de Pesca
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