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A importância do pH na aquicultura.

  O potencial hidrogeniônico é resultado de diversas interações químicas, físicas e biológicas na aquicultura, porém as condições de fotossíntese e respiração contribuem de forma significativa para as oscilações do parâmetro. Durante o dia o pH tende a se elevar devido a fotossíntese realizada pelas algas, já durante a noite ocorre o inverso. Sem entrar nos detalhes químicos, podemos dizer que um equilíbrio entre carbonatos, bicarbonatos e o gás carbônico que são responsáveis pelas oscilações.

    O pH se refere à concentração de [H+] (ou de H3O+) em uma solução, servindo  para indicar se a água está ácida, neutra ou alcalina, através de uma faixa de medição que vai de 0 a 14, sendo 7 neutro, abaixo de 7 ácido e acima de 7 alcalino. A oscilação desse parâmetro influencia no desempenho e na saúde dos peixes e camarões. Para a maioria dos peixes de cultivo a faixa ideal é próxima a neutralidade (6 a 8).

    Os parâmetros de alcalinidade e dureza ajudam a estabilizar o pH no cultivo, mas isso é conversa para outro texto. O pH mais alto influencia na toxidade da amônia e algumas soluções como uso de acidificantes são utilizados para baixar o pH, porém não são práticas e fáceis. A troca parcial da água e outras soluções de diminuição da toxicidade são mais seguras. No caso de elevar o pH, correções através da calagem são eficientes.

    O acompanhamento do pH, é fundamental para manter o desempenho no melhor nível possível. Não negligencie os dados. Antecipar os eventos pode evitar problemas na produção.

Paulo Roberto Pitanga Tavares
Engenheiro de Pesca


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